As regiões da África central e ocidental têm uma conexão histórica com o Brasil através de circuitos transatlânticos que foram marcados pela violência e pelo tráfico. No entanto, essa conexão também traz histórias alternativas que se refletem nos objetos do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP), como máscaras, tecidos e joias de diversas culturas africanas, adquiridos a partir da década de 1960 durante os movimentos de independência das ex-colônias africanas. O professor Marianno Carneiro da Cunha foi fundamental na formação dessa coleção, que expressa fluxos de pessoas, objetos e saberes do sul global. A exposição transforma essas caixas de arte africanas em novas significações, apresentando a coleção como afro-atlântica e incluindo obras de artistas contemporâneos, mostrando que a coleção é dinâmica e pode ser reevaluada.