A Coleção


No Acervo África reunimos exemplares de tecidos, adereços, estatuárias, brinquedos e outros artigos oriundos de diversos contextos do continente africano – histórias, culturas e sociedades cujas sabedorias consideramos importante (re) conhecer – mananciais potentes de recursos educativos e de reflexão sobre nossos sensos acerca das Áfricas, arte, estética, vida comunitária e pluralidade das identidades.

A humanidade se relaciona com os objetos desde tempos imemoriais: artigos de uso na vida cotidiana, em experiências sagradas, demarcando territórios, enaltecendo poderes ou fortalecendo memórias. Percebemos que o “mundo das coisas” está intimamente entrelaçado às teias sociais quando atentamos para suas biografias, agências e formas pelas quais as pessoas constroem e traduzem relações sociais e sistema de valores através dos artefatos.

Poéticas, técnicas e estéticas são incorporadas em utensílios para armazenar ou transportar alimentos, em  suportes para descanso, indumentárias, adornos, insígnias de guerra e paz, entre outros itens que evidenciam os grupos e contextos sociais aos quais construtores ou usuários pertencem assim como suas criativas soluções e maneiras de lidar com as tradições e modernidades.

Compreendemos “grupos culturais” como coletivos cuja identidade é composta por traços específicos compartilhados como, por exemplo, modos de organização social e formas de interpretação do mundo. As interações e transformações são parte de seus processos identitários.
Ressaltamos que os nomes dos grupos nem sempre correspondem à maneira como cada povo se autodenomina, correspondendo, frequentemente, a nomenclaturas criadas a partir percepções exógenas.

Quando acessamos os fazeres e saberes da produção e uso dos objetos, ampliamos as possibilidades de compreender  as culturas em suas diversidades. Assim, para além de mercadorias ou valores de troca, os objetos proporcionam modelos para pensar o humano e suas relações com a vida, morte e transformação social.