O SUAVE GIGANTE
Ali Farka Touré (1939-2006) cantava a universalidade da música tradicional do Mali em inúmeros idiomas africanos. “Para algumas pessoas,” ele explicava, “Timbuktu é um lugar no fim do mundo. Mas isso não é verdade, eu vim de lá, e posso dizer que fica bem no centro do mundo.” Nascido na aldeia de Kanau em 1939, ele morreu de câncer em 7 de março de 2006.
Vencedor de dois prêmios Grammy, Ali Farka Touré vivia em Niafunké, nas margens do Rio Níger, cultivando a terra.
As rádios de Bamako, capital do Mali, interromperam sua programação para transmitir a música do guitarrista.
Quando, no início da década de 80, irrompeu na cena musical do ocidente, foi saudado como o propiciador do encontro do blues norte-americano com suas raízes africanas.
Ele expressou de maneira eloqüente o férreo orgulho por seus ancestrais e sua terra ao negar-se a viver nas grandes e tentadoras cidades.
Durante a rebelião tuaregue do norte do Mali na década de 90, Touré foi considerado um pacificador por cantar em todos os idiomas da região.
Timbuktu, a área onde Ali Farka Touré nasceu e viveu, é famosa por ter sido um importante centro intelectual e comercial na época das grandes rotas caravaneiras que cruzavam o Saara.